Maquina Sensível - Jonas Esteves

Máquina sensível é um projeto que se propõe a repensar o uso da tecnologia junto ao corpo refletindo sobre outros modos de fruição em diferentes paisagens (pensando no contexto urbano e na natureza) através de dispositivos vestíveis, wearables.

O projeto neste momento conta com três obras, X-plorer Mochila de auxílio ao explorador, Parasite Vírus e Companion.

Máquina Sensivel: http://maquinasensivel.art.br/.

X-plorer Mochila de auxílio ao explorador

A X-plorer mochila de auxílio ao explorador nasce de uma provocação:

De que modos podemos perceber a natureza ao nosso redor, de que maneira podemos expandir o nosso campo de percepção a partir de dispositivos eletrônicos?

Esse questionamento faz parte da minha produção onde procuro subverter a funcionalidade de dispositivos eletrônicos. Porem nesse momento busco também repensar a nossa aproximação a esses dispositivos eletrônicos que nos permeiam, esses dispositivos que a certo modo estão cada vez mais próximos ao corpo. Pensando nessas relações, sobre a aproximação da tecnologia ao corpo e sobre outras formas de percepção através de dispositivos eletrônicos busco com a construção da X-plorer propor uma expansão do nosso campo de percepção. Essa expansão acontece com a captura de dados ambientais como temperatura, qualidade do ar, altitude, pressão atmosférica, luminosidade e com a reverberação desses dados através de atuadores (motores), efeitos luminosos e sonoros no usuário dessa obra/dispositivo.

Máquina Sensível

Primeiro esboço da X-plorer, 2018. Jonas Esteves, Acervo do artista

A partir desse esboço e ideia venho a repensar a mochila esse vestível que é utilizado comumente por pessoas no seu cotidiano e por exploradores, imaginando como seriam os futuros exploradores, de que modo poderíamos nos precaver de uma eventualidade, estar prevenidos a fenômenos naturais e de que maneira poderíamos nos tornar mais sensíveis as manifestações da natureza. Desenvolvi a X-plorer pensando em uma obra que pudesse funcionar como um auxiliar na exploração, indo além expandindo o campo de percepção de quem a usa como citado posteriormente.

O primeiro esboço da X-plorer foi em 2018, quando fui convidado para participar do Open Lab Hiperorgânicos 8 , evento organizando pelo NANO — Núcleo de artes e novos organismo da UFRJ coordenado pelo Prof. Dr. Guto Nobrega e pela Profa. Dr. Malu Fragoso. O evento que aconteceu entre os dias 22 e 27 de maio de 2018 contava com apresentações artísticas a partir de uma chamada aberta no Museu de Astronomia e Observatório Nacional, um Laboratório aberto (OpenLab) e um Simpósio Internacional no Museu do Amanhã.

No OpenLab dei inicio a construção da X-plorer a partir do esboço que tinha feito para a concepção da obra. Sempre tive interesse de desenvolver próteses, vestíveis, de questionar os limites do corpo a partir da aproximação da tecnologia . Em breve tenho interesse de compartilhar em uma outra postagem sobre o meu interesse em robôs, androides e ciborgues.

Máquina Sensível

Esboço da X-plorer, 2018 em Skecthbook. Jonas Esteves, Acervo do artista

Muita das minhas produções nascem do desenho e posteriormente procuro os materiais, mecanismos e dispositivos que eu possa utilizar para dar corpo a ideia. Na X-plorer procurei trabalhar sobre um protetor de coluna que no mercado tem vários modelos, desde os de uso ortopédico aos de proteção a esportes como ciclismo. Quanto aos componentes eletrônicos utilizo de um arduino, sensor de movimento, sensor umidade e temperatura (DHT22), pressão (Bmp280), fios e leds.

X-plorer — Desenvolvimento durante o Hiperorgânicos 8 — Open Lab Museu do Amanhã — Jonas Esteves, acervo do artista

A principio a X-plorer captura os dados do ambiente, no caso o movimento, umidade, temperatura e pressão. Com essa captura a intenção era reverberar esses dados que por hora se concentravam apenas na luz. A intenção é com o decorrer do tempo outros sensores e atuadores possam ser adicionados a X-plorer.

X-plorer ativação pela artista Angélica de Carvalho — Hiperorgânicos 8 Open Lab Museu do Amanhã

Posteriormente em 2021 com o meu ingresso no mestrado em Poéticas Interdisciplinares na UFRJ atualizei a X-plorer incluindo outros atuadores, sensores possibilitando ampliar ainda mais sobre minha pesquisa em vestíveis sensíveis além de ampliar minha discussão sobre vestíveis. Você pode conferir um pouco mais sobre no meu projeto Máquina Sensivel: http://maquinasensivel.art.br/.

Parasite Vírus

A obra Parasite Vírus nasce de um desenho de 2011, onde eu tinha a intenção de criar um dispositivo que funcionasse como um bracelete, que pudesse ser acoplado a um corpo como se fosse um parasita, se beneficiando de alguma forma desse acoplamento.

Máquina Sensível

Primeira ideia da obra Parasite Vírus — 2011 — Jonas Esteves Sketch do artista

A obra funcionaria a partir da coleta dos batimentos cardíacos do usuário/hospedeiro, que por meio de um sensor cardíaco era possível utilizar esses dados para a sobrevivência desse vírus fictício. Ao tempo que ja tínhamos um parâmetro para a sobrevivência, o seu desenvolvimento dependeria de um fator externo ao hospedeiro, no caso se utilizaria os curtires de uma rede social para o seu desenvolvimento, que a partir do ato de curtir um vértice seria adicionado dando corpo ao vírus. Naquela época de 2011 o arduino e outras tecnologias não tinham chegado ao brasil com tanta força e acessibilidade como nos últimos anos. Poucos eram os fórum, sites e comunidades para compartilhar códigos, possibilidades, conversas sobre componentes.

Em 2011, quando eram poucos os laboratórios que desenvolviam e promoviam trabalhos com arte e meios digitais, enviei o projeto da Parasite Vírus para o edital do MIS, Museu da Imagem e Som de São Paulo, onde anualmente era lançado o edital LABMIS, que promovia obras na confluência de arte e dispositivos eletrônicos. O edital oferecia um suporte financeiro e contava com especialistas de diversas áreas de conhecimento. Naquela época não se mencionava sobre FabLab ou espaços colaborativos que propiciassem essa troca, um espaço que você pode contar com equipamentos, trocar conhecimento para colocar o seu projeto em prática. Contudo, acabei não sendo aprovado no edital e a obra ficou no campo da ideia, onde tinha rascunhos do projeto e um vídeo explicativo de como poderia ser executada e como funcionava.

Em 2012 com os esboços desse projeto participei de uma exposição coletia no Centro Cultural Jorge Zanatta localizado em Criciúma/SC. A intenção naquele momento era especular sobre esse dispositivo criando uma atmosfera de um laboratório, um espaço ficcional, que posteriormente pudesse ser executado.

Máquina Sensível

Parasite Vírus, esboços e vídeo de protótipo da obra, Fundação Cultural de Criciúma 2012. — Jonas Esteves Acervo do artista

Em 2019, com o conhecimento que adquiri nos últimos anos, e pelo meu interesse em dar continuidade no processo, dei início ao desenvolvimento da obra. Muita coisa mudou de 2011 para 2019. Por mais que pareça um curto espaço de tempo, os dispositivos se tornaram mais acessíveis, assim como o compartilhamento de informação, blogs, sites e vídeos ensinando sobre programação e eletrônica, funcionando como facilitador para artistas e demais interessados no assunto. A obra que se encontra em processo já pode ser acoplada ao braço, e através do batimento cardíaco é possível visualizar essa primeira interação entre a obra e o hospedeiro, um primeiro passo pensando no desenvolvimento desse vírus fictício.

Máquina Sensível

Parasite Vírus, desenvolvimento da obra — Jonas Esteves Acervo do artista

Parasite Vírus, Primeiros testes — Jonas Esteves Acervo do artista

Máquina Sensível

Parasite Vírus 2019. Jonas Esteves — Acervo do artista

No projeto Maquina Sensível fiz algumas alterações no projeto, tanto na X-plorer quanto na Parasite Vírus. Com o decorrer do tempo conforme vou adquirindo mais habilidade e conhecimento vou atualizando as obras.

Máquina Sensível

Site do projeto Máquina Sensível

Em breve tenho interesse de compartilhar os equipamentos que foram utilizados no desenvolvimento das obras desse projeto assim como o código utilizado. Também quero compartilhar as atualização das obras conforme vou as desenvolvendo, aqui não falei tudo o que desenvolvi entre 2021 e 2022, foram muitas as modificações, testes que posteriormente com as próximas postagens vai ficar mais evidente.

Se você ficou interessado e quer conhecer um pouco mais sobre as obras e o meu processo entre em contato comigo pelas redes sociais vai ser um prazer conversar com você! No meu site http://jonas.art.br/ tem todos os links para redes sociais e contatos.